Uma coisa que eu faço questão de deixar bem claro quando eu conheço alguém, é que eu sou uma pessoa estabanada.
Claro que não precisa ser assim, aviso à primeira vista, porque eu posso acabar sendo considerada uma ameaça a vida social do meu novo amigo.
Óbvio, que depois de meia hora de conversa, eu vou acabar derrubando alguma coisa, tropeçando, falando alguma borracha. Felizmente algumas pessoas me consideram mais divertida do que desastrosa. E assim eu consigo fazer a manutenção do círculo social sem problemas, afinal é sempre bom ter uma paca australiana míope como eu por perto. Assim você garante que o alvo de Murphy nunca será você.
E há duas semanas atrás eu fui ao cinema assistir "Controle Absoluto" com meu namorado. O que já é uma piada, porque namorar alguém como eu, certamente é escolher uma vida totalmente descontrolada.
A tarada da pipoca, pegou um big pacote, e mais uns 10 sachês de pimenta.
Vocês devem estar perguntando a mesma coisa que ele me perguntou:
- PRA QUÊ TANTA PIMENTA?
E aí eu faço outra pergunta aos fabricantes dos sachês de pimenta:
- O PROPÓSITO DE FAZER UM SACHÊ MORFÉTICO QUE NEM AQUELE, É ME OBRIGAR A PEGAR 10 DE UMA VEZ, PORQUE EU SEI QUE 6 NÃO VÃO ABRIR E CONSEQUENTEMENTE VOCÊS VENDERÃO MAIS PARA OS PIPOQUEIROS?
Peguei minhas provisões, e fui me acomodar. Enchi o porta-copos com pimenta suficiente pra fazer um original chilli mexicano e fui comendo minha pipoca, até enjoar.
Lá pelas tantas, resolvi chegar mais perto do namorado, fazer um cafuné, deixar ele menos arrependido de ter escolhido a manteiguinha que se espatifa no chão.
Então o que eu fiz?
ERGUI O BRAÇO DA POLTRONA.
Sim, a mesma braço que tinha um quilo de lixo depositado no porta-copos. Pimentas abertas. Pimentas fechadas, papel de bala, o carai a quatro.
VOOU TUDO NO CASAL DE TRÁS.
Eu só ouvi a mocinha soltando aquele gritinho de horror:
- Aaaaiiiiiiiiiiiii !!!
O que eu fiz? Eu ri, e pedi desculpas. Mas primeiro eu ri. Bastante. Nossa, tô rindo de novo.
Deve ter pimenta até agora naquele cabelo de Vanessa da Mata.
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