segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Trauma Natalino



Eu descobri cedo que o bom velhinho não passava do mesmo velhinho que estralava o Raider na lomba quando eu fazia bobagem. Tá, ele não estralava na lomba. Mas só o fato de ver o Raider na mão já assustava, afinal aquilo não era um chinelo, era uma nave espacial de borracha.
Meus pais sempre foram muito dedicados com essa história de datas comemorativas e personagens. Acho que é porque eles não haviam recebido a mesma atenção.
E mesmo depois de eu ter descoberto que papai-noel existia só na embalagem de Coca-cola, meus pais continuavam acordando de madrugada pra deixar os presentes no pé da cama.
Quer saber? Eu achava o máximo.
Mas meu trauma infanto-natalino aconteceu na época áurea, onde Papai Noel reinava no meu mundinho fantasioso. E o grande pivô da história, tinha 1000 litros de capacidade.
- Mãe, queria tantoooo uma piscina!
Aí vem aquela resposta ordinária, aquela que desvenda o mistério acerca do velho Nicolau:
- Ah filha, a mamãe não pode comprar. Pede pro Papai Noel, que ele traz pra você!
Pode ser carnaval, pode ser páscoa. Sempre ele, sempre aquele Velho Barbudo e Carçudo atrapalhando meus planos de ganhar presente.
Porque tenho que esperar ele em Dezembro, hein mãe? HEIN?
A espera foi longa, calorosa, cheia de banhos de mangueira, mergulhadas no tanque da lavanderia, mas valeu a pena.
Dia 25 de Dezembro, ela tava lá, quadrada como sempre, azul como nunca. E MINHA! TODINHAAA MINHA! Tinha festa na nossa chácara, eu tinha que levar meu presentaço do Velhinho pra exibir pros primos. MORRAM DE INVEJA.
No final do dia, eu tava mais enrugada do que o cruzamento da Dercy com um maracujá de fim de feira.
Esvaziamos meu sonho azulado concretizado, guardamos com todo amor e carinho. E partí para casa com o conhecido sorriso dos justos, aqueles que sabem esperar pelo dia da recompensa.
No próximo fim de semana, a chácara havia sido arrombada.
Tinham levado 1 botijão de gás, ferramentas, facas, panelas, e outras (in)utilidades.
- Meu Deus! Mas como é que levaram tudo isso? - disse mamãe incrédula.
- Enrolando no PLÁSTICO DA PISCINA. - Foram as sábias palavras paternas que ecoaram na minha cabecinha.
Meu sonho azulado durou 1 dia.
365 dias de espera pra 1 dia de glória.
Piscina de montar, never more.

7 comentários:

  1. Huahuahuahuahua


    e vc ainda foi cumplice dos ladrões!

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  2. hahahah, essa Celise raxa mto...
    EU SEMPRE AMEI O NATAL, MAS ESSE ANO NÃO TO COM VONTADE...
    TA TD MEIO TRISTE LA EM CASA... PASSA O NATAL COM A GENTE, CEEEEEEEE???? hahahaha
    beijometuítaemefazrir!

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  3. Bom dia Celiseeeeeee!

    Bem engraçadinho seu testiculozinho, gostei muito, rsss. Mas não fique tão desesperada, qdo vc estiver com uns 60 aninhos e olhar no espelho veras sua pele do jeitinho que saiu da piscina naquele dia, conforme vc disse; "...cruzamento da Dercy com um maracujá de fim de feira...". ahuhaua! Pelo menos désta vez o ladrão do seu sonho não levou o cachorro tbm né!

    Bjos;

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  4. PUUUUUUUUUUUtz ... que cagáio hein.
    Eu falo, alegria de pobre dura.... quase nada ou um dia neh.

    Realmente C, Natal não é a SUA data, primeiro as balinhas Natalinas que vc não pode degustar, depois a piscina que não aproveitou o quanto gostaria.

    Talvez você devesse tentar algo como: carnaval, páscoa, são joão, Halloween ... enfim algo que seja menos traumático.

    Beijos

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