quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Episódio de hoje: "O Enigma"



Quando meu irmão fez 18 anos, ganhou a habilitação e um carro dos meus pais. Eles acharam justo, já que ele trabalha na empresa da família. E eu também, afinal eu havia ganho aos meus 18 anos, 48 meses de mensalidades pagas de faculdade.
A pergunta que não cala é: "Onde estava São Cristóvão quando meu pai teve o lapso de deixar ele escolher o carro?". Já tava decidido que ia ser um carro usado, afinal ele não tava podendo tanto assim. Carro zero só em caso de doação de órgãos vitais "de coração e sem nenhum interesse". Mas o verdadeiro Sambarilove a gente descobriu depois. O carro até que era simpático e talz. O nível de auto-orgulho paterno tava insuportável, já que ele se achava o bunitão da Bala Chita, depois de ter pago tão barato por um carro tão00 supimpa.
O que ele não sabia é que o Kadettão 93 era bem-material do capeta.
Primeiro, o carro começou a dar defeito em lugares inimagináveis. "Dr. A rebimboca rebuscada inferior da sub-automática parafuseta, está quebrada". Depois, começou a dar defeito nos imagináveis. Um dia o escapamento caiu no meio da pista as 7:30 da manhã. Foi fino ficar de salto-alto na beira da pista.
E depois de gastar uma dinherama no molho do peixe demoníaco, nós descobrimos: O KADETTÃO TEM VONTADE PRÓPRIA. Tá decidido, o nome dele é " O enigma". O enigma decidia quando ele queria andar, como ele queria andar e com quem ele queria andar. Um dia a seta funcionava, no outro a gente tinha que fazer aquela coisa charmosérrima de colocar o bração pra fora e acenar feito uma puta na beira da pista. Um dia o banco tava ok, no outro dia não tinha encosto...
Mais o ápice aconteceu ontem.
Fui no hospital, levar meu irmão que se queixava de dores abdominais, e estacionei o enigma junto com um monte de carros bem-comportados. A médica fez o favor de pedir todos os exames que o hospital podia oferecer, e depois de umas 4 horas esperando, saímos felizes e contentes ao encontro de nossa barca infernal.
Quando eu chego no estacionamento, CADÊ AQUELA PORRA DE CARRO?
Meu irmão parou, e soltou as palavras esclarecedoras: "Puta que pariu. O que o carro tá fazendo ali?"
O carro tinha descido uns 6 metros, e tava NA DIAGONAL encostado em um tímido Classic. A dona do outro carro quando percebeu que nós eramos os donos do Kadettão, desceu soltado labaredas de fogo pelas narinas.
_ Carma Dona... Olha lá, o FREIO DE MÃO TÁ PUXADO (Sai de mim, Beuzebú, Minzinfí!, ôôchaaaa coisa-ruim!)
_ É, acho que só encostou. Tudo bem. Tava com medo do meu marido.
Ah, Dona, se a senhora soubesse da onde veio esse carro, seu marido ia ser a última coisa que a senhora ia temer.
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3 comentários:

  1. HAHAHAHAHAHA! Já te disse, mas repito. Sou sua fã!

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  2. hiuahsuiahsuihasiuhiuhaisuha

    um must de post.

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  3. Celise, é tipo um pague para entrar reze para sair!... Hahahahaha

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