quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Papai e Noel



É incrível como tudo acontece no fim do ano: aniversário das pessoas mais queridas, festas de casamento, batizados, formaturas, e o natal. Já falei que o porquinho-presente vai ser comprado a fim de garantir minha poupança-lembrançinhas-não-repara de final de ano, o ano que vem.
Essa semana eu estava comprando o presente de aniversário da minha mãe, e todas as lojas já estavam enfeitadas para o natal. Odeio isso, sabia? Ainda estou raspando os restos de vela derretida do Halloween, e já tem festões dourado-brega por todo lado.
Odeio essa sensação de que o ano já acabou. Parece que o comércio arranja um jeito de dizer:
- Filho, esquece, esse ano já acabou, você não vai pagar aquela dívida, não vai emagrecer mais, esquece aquela namorada que você queria arranjar. Desissta! Se seu ano não foi divertido, NÃO É EM DOIS MESES QUE ELE VAI SER!

E apesar disso, eu tenho que confessar. Aiii, minha lombriguinha natalina! Coça horrores dizendo: só uma bolinha colorida, compra Cê! Ummmaaa bolinha, por favooooorrr!
Ainda não comprei, mas tenho todas as minhas tramas natalinas bem tramadas. Na hora certa, lombriguinha. Na hora certa.
E todo natal eu lembro de uma história. Você que pensa: "Nossa senhora do bom parto, de onde saiu essa garota?" Foi de uma mistura, no mínimo peculiar, de genes. Veja meu pai, por exemplo. Sempre foi muito radical, com muitas coisas. Não gostava de coisas industrializadas, nem modernas, nem duvidosas (GostAVA porque hoje ele se rende ao encanto de algumas coisas. ALGUMAS). Não me deixou comer doce até os 5 e escovou meus dentes até os 7. No meu aniversário de 4 anos, ele comprou umas 5 caixas de caçulinhas de tubaína. Eu segurava minha caçulinha ESPORTIVO crente de que aquele gostinho doce era o gosto de um refri de tubaína. Pobre criança enganada. Ele pegava as garrafas vazias e colocava groselha no lugar. Pra eu não tomar refrigerante. Olha que substituição nutritiva. Pelo menos, na cabeça dele, era menos nociva.
E aí, foi em um natal desses entre os 0 e 5 anos sem açúcar, que eu cruzei com um Papai Noel de porta de loja. Aquele, que dá balinhas. CHEIAS DE AÇÚCAR.
- Ho-Houuu-HOOOOuuu! Fê-lizzz Nataaa aaalll, menininha! Olha a balinha!
Olhinhos brilhantes, pequenas mãozinhas gordinhas estendidas, dá! dá!
- Ela não quer. (era o pai-não-noel inimigo do açúcar)
- Côommoo assssimmm, é balinha do papai noeeelll, Ho-ho-ho!
- Mas ela não vai pegar.

- Deixa a menina pegar a bala, pô! ( a voz serena e grossa e doce do papai noel, já tava no tom malaco-mano-é-nóis)
- Não, eu não quero que ela coma essa porcaria.
- Porcaria? Deixa de ser besta, é bala! Criança gosta de bala!
- Mas ela é minha filha e ela não vai comer bobagem!

A essa altura meu pai já tava quase saindo nos tapas com pai-mano-noel por causa da bala.
Um barraco natalino.
Ah, se meu pai soubesse as porcarias que eu como hoje em dia, não tinha perdido tempo.
Mas quer saber? Ainda bem que ele tentou

7 comentários:

  1. Estou rindo demais! Meu Deus! Mas, pensa para um lado positivo, meu pai não me proibiu de pegar balinhas do papai noel e virei uma bolinha ;)
    O post está ótimo! Ri demais!
    Parabéns! Sou seu fã! hehehe

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  2. Isso é que era espírito natalino. Montava barraco antes mesmo da família que moran no "cafundó-do-judas-onde-nem-o-Google-sabe-onde-é" chegar em casa...

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Cê, meu tio era mega-natureba e minha prima não comia nada de "besteira". Certas férias que ela passou em casa, mamãe comprou Danette pra todo mundo. Ela disse: "brigada, tia. Prefiro uma colher de lecitina de soja." Ela é zoada até hoje por isso. Rssss...

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  5. RSRS Segue recadinho para o Sr. VAL

    “Caro Val, sei que o Senhor tentou, insistentemente tentou, chegou a uma discussão festiva, com o pobre e bondoso Noelito, que na falta de condições em oferecer a pequena C um Mac lanche Feliz, uma traquinas de morango ou até mesmo ping - pong que deixava a língua azul, ofereceu a ela uma balinha natalina para lhe adoçar a vida que o Sr. não adoçava não é. Pelo menos não com balinhas rsrs. Enfim sua vontade prevaleceu por longos 5 anos e depois de que adiantou, hein hein? rsrs”


    As tentativas sempre são válidas, afinal é melhor tentar do que se arrepender mais tarde.
    Bendito Noelito aquele que lhe deu a oportunidade de sentir o doce sabor de uma balinha natalina, e assim por diante vieram outros doces como: de uma tubaína, uma paçoquinha, um pingo de leite, chocolates e claro nos dias atuais os saborosos e levemente doce drinks que você prepara.
    Isso é quando você não exagera na Vodka achando que aquela garrafa será a última da sua vida ou do mercado de destilados, rsrs. =}


    * Bjs, menos vodka e mais Açucar, Refri ou Red ;) combinado rsrs

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  6. Esse negocio de uma bolinha me remete a esse video do Mr. Bean
    http://br.youtube.com/watch?v=_0_Sa-cw_Aw

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  7. Eu não pude comer salgadinho até uns 6 anos de idade quando eu estava no varejão com a minha mãe e ela comprou um pacotinho de Pingo de Ouro (o mais inocente dos salgadinhos) pra eu comer no melhor estilo do "come e fica quieto" hehehe...

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