quarta-feira, 8 de julho de 2009

Verdades que não deveriam ser reveladas.

Já ouviu alguém dizendo a frase: "Algumas verdades nunca devem ser reveladas"?
É a mais pura verdade. Esse negócio de sinceridade funciona pras algumas pessoas, em poucos relacionamentos e em raras ocasiões.
Vou dar um exemplo básico:
- "Você acha que estou gorda?". Essa é aquela pergunta cretina, que a sua mãe, namorada, amiga, talvez até uma desconhecida na fila do banco pode fazer a você. E acredite, quando uma mulher faz essa pergunta, é porque a auto-estima está baixa, ela sabe que está gorda, e a pior coisa que você pode fazer, é confirmar: "Sim, você me lembra a almofada da sala, mas amarrada ao meio".
Algumas pessoas não gostam de saber a verdade, e preferem que seja assim.
Deixa a porpetinha ambulante enfrentar feliz a fila do banco, ela sabe que depois um sorvetinho com tudo em cima vai compensar esse estresse.
Deixa sua namorada achar que ela está sexy, vestida igual a moça da revista, mesmo que ela pareça um pequeno ornitorrinco desengonçado de salto alto.
Deixa seu pai achar que você nunca bebeu, nunca fumou, nunca namorou. Um dia ele terá netos, e ele terá que aceitar que você não é um ser assexuado.
Deixa o Papai-noel existir tempo suficiente pro seu filho acordar no meio da madrugada e pegar seu marido de cuecas e meia, ajeitando o presente no pé da cama.
Deixa o CQC parecer a semente da genialidade na televisão brasileira.

Fui fazer parte da platéia mais tchuqui-tchuqui do Brasil. É tchuqui-tchuqui mesmo. Agora eu sei porque eles mostram a platéia (no escuro) durante 1 segundo, na abertura do programa: é o tempo que a câmera demora pra percorrer toda a extensão daquela platéia imensa.
Porque eu não me contentei em assistir o programa em casa?
Tudo parecia lindo, glamouroso, inteligente, divertido. Ficava me perguntando: como eles tem o raciocínio tão rápido? Pensava que os intervalos deveriam ser impagáveis, aqueles minutinhos que ninguém poderia saber o que estava acontecendo, um making of secreto que valia ouro.
Ah, tinha que ver pessoalmente... me enfiei numa excursão com um monte de gente mais fã, mais crédulo, mais fiel que eu. Os originais quindinzinhos de abobrinha.

Verdades que nunca deveriam ser reveladas:
- A platéia tchuqui-tchuqui tem 6 degrais, é de madeira e desafia as leis de Newton: conseguem fazer 2 corpos ocupar o mesmo lugar durante as incansáveis 2 horas e quebrados de programa.
- Rafinha Bastos não é humorista. Ele é um cara inteligente, que faz piadas inteligentes, e que está lá pra fazer o trabalho dele, que é o de apresentar o programa. E só. O que me leva ao próximo tópico.
- Durante o intervalo não acontece nada. Durante as matérias não acontece nada. Eles assistem junto com todo mundo as matérias que vão ao ar. Junto comigo que estava lá, junto com você que está em casa. Com exceção de Rafinha Bastos, que passa o intervalo e o tempo das matérias decorando o roteiro e as piadas que ele fará a seguir, repetindo mentalmente cada palavra.
- O QUÊ? ELES NÃO CRIAM AS PIADAS? Nope. Vi o roteiro. Cada espirro está escrito nele. Cada vírgula de cada piada, as expressões faciais, a posição exata que deveriam estar as máscaras que eles usaram no retorno do TOP 5 desta última segunda-feira.
- O Marcelo Tas é o gentleman que ele parece ser, mesmo. Fez graça sobre o professor Tibúrcio, aturou a platéia (que saiu do inferno) rebelde, chata e incompatível com o público do programa. Conversou com todos, fez o possível para atender o pedido das fotos. Ah, ele maqueia a careca. A verdade revelada é que: ele rabisca o roteiro. Não é uma obra de arte, nem uma fórmula química ou traquitanas para dominar o mundo. É o roteiro, são as falas dele, escritas pelos roteiristas.
- Não admirava o Marco Luque. Achava que ele era só um bonachão, que não sabia acompanhar as piadas geniais do Rafinha, não era apresentador, não se interessava por política, e deveria voltar pro teatro, de onde nunca havia saído. Ele foi o mais simpático de todos. O único que se importou em falar com a mocréia de classe social -Y, com sua TEC PIX e o FRASH que não deveria estar ligado. O único que tornava os intervalos menos cansativos e me fazia esquecer da quadradez na bunda. O que me fez sentir mais idiota do ele era em meu julgamento.
- Rafinha não tira fotos, aparentemente sua cara se desintegra quando uma câmera se aproxima dele. É o primeiro a abandonar o palco. E ao invés de conversar durante o intervalo com idiotas como eu, que troquei minha cama quentinha por uma arquibancada dura que não acomoda minha pequena bunda, ele twitta! TWITTA!
Em suma: As matérias são geniais.
Mas pra vê-las, eu não precisava ter saído de casa. E se eu não saísse de casa, eu não saberia que os apresentadores do CQC não são os semideuses das piadas geniais instantâneas.

Ah, sobrevivi ao Papai Noel, acho que sobrevivo a essa também.

3 comentários:

  1. Nem tudo que parece é, pela tv achamos que as pessoas são altas, bonitas, simpáticas, mas não é verdade, nem sempre rs.
    Acho que esse mundo de ser pop cansa, por isso as vezes são estressados e desatenciosos com o público.

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  2. Eu tb estava láaaaaa...naquela platéia do infernooo...
    Oooo povo coisa de locoooo...Tudo era loco lá.
    Sem contar q tinha a cordinha assassina, a hora q acaba o programa
    dois homens com cara de mal, levam o pessoal "educadamente" até o portão da emissora com uma corda!? Sim uma corda q arrastavam obrigatóriamente as pessoas até o portão de saída...A partir desse momento consegui entender melhor o significado do ditado "a porta da rua é a serventia da casa"...Mas o bom de tudo isso é que vamos pensar duas vezes antes de encarar um proximo programa...hahaha...

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  3. O roteiro foi uma grande decepção mesmo! TUDO decorado! Bah! =s

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