Existe um livro grosso de letra miúda, que conta a história da criação do mundo.
O protagonista é um cara grande e ágil, que fala bonito e faz pessoas com barro. Essas pessoas melequentas por sua vez, são muito mal-agradecidas , desobedecem a ordem de não comer maçã e por isso são expulsas do paraíso.
E depois me dizem que era Walt Disney que se drogava pra produzir histórias.
Antes de continuar a linha de raciocínio, devo fazer uma consideração sobre cachorros: - Cachorros são frequentemente utilizados como ilustração de papel higiênico, o que no meu ponto de vista, é uma coisa muito estranha. Afinal, cachorros não usam papel higiênico, geralmente não se mantém branquinhos como o papel higiênico, e mais importante de tudo, nunca vi ninguém limpando a bunda com um pobre cão. Essa semana, comprei um pacote de papel higiênico em promoção que tinha cheiro de bebê. Pobres bebês, pobres cães. E o mais intrigante de tudo é que a cada 4 partezinhas picotadas de papel higiênico, tinha a figura de um simpático cãozinho com uma plaquinha na mão escrito PARE. Aí, você pára, picota o papel, dobra gentilmente, e usa. Com a imagem do cãozinho pra cima. Que cão merece esse destino cruel?
Esse final de semana, fui convidada pra ir pro Guarujá. Não havia expectativa alguma de sol, de calor ou de qualquer outro fator natural que propiciasse um passeio ao litoral. Mas, fui mesmo assim: a companhia era a melhor, e principalmente, minhas intensões com ele eram as piores.
Chovia. Ah, como chovia. Se eu percebesse que o nível do mar estava subindo mais um pouquinho, eu estava pronta pra descer do carro e procurar o primeiro casal de elefantes pra subir na lomba e embarcar na Arca.
A questão é que, se o cara do grande livro com letras miúdas consegue fazer seresumanos de barro, ele consegue providenciar uma nesga de sol para mim. E no sábado, ao invés de descansar, ele disse: que se faça a luz. E a luz se fez.
No café da manhã da pousada:
- Ô Zé, você que conhece, como que faz pra chegar na prainha aqui perto?
- Na praia do Éden? Ah, é só descer essa rua aqui até o final.
Descemos. Descemos. Descemos. Ah, como descemos. Encontrei uma árvore na encosta do morro, com um prástico escrito: Praia do Éden, e uma singela flexinha indicando pra baixo. Hum, DESCER até o Éden? Os valores do mundo de hoje estão muito invertidos.
Tinha uma escada. Uma escada de pedra verde coberta pelo musgo produzido pela chuva. Todos sabem que se tem uma coisa que eu tenho medo nesse mundo é de pedra com musgo. Se tiver um assassino em cima de uma pedra com musgo, eu corro da pedra.
Demorei uns 20 minutos pra descer 30 degraus, mas entendi o porquê do nome.
Não tinha ninguém na praia de 50 metros, e o único birosque (kiosque de pouca relevância) estava fechado. Uma praia deserta, e nós dois. Desci pra sentir, pela primeira vez desde que havíamos chegado, o mar. Aquela água cristalina, beijando suavemente a areia e tocando meus pézinh... PUTA QUE PARIU QUE MERDA DE ÁGUA GELADA É ESSA? Tem certeza que essa coisa branca aqui é areia e não neve?
Foi expressando com graça e desenvoltura meus sentimentos sobre a temperatura da água que eu acordei dois cachorros. Sei lá de onde aqueles filhinhos de Anubis descançavam, mas já que tivemos que descer aquele monte de degraus, eu julgo que eles vieram das entranhas do inferno. O cachorro apareceu do meio do mato com sanguenosóio. Mostrando bunito o pianinho que ele tinha boca. Com a minha mira e coordenação, se eu tacasse um coco no filho do cão (olha, nunca caiu tão bem essa expressão) eu ia acertar uma parte vital do corpo dele, como a pata ou o rabo.
Catei todas as coisas que estavam no chão, enquanto via o namorado entrar na água com sua câmera fotográfica de 2 mil reais. - Não olha pra cara dele e vem! - Ele veio. Mas o guardião das portas do inferno veio junto, maldito. E pior que ele sabia subir escada.
A escada que eu havia demorado 20 minutos pra descer, eu subi em 2.
O homem expulso 2 vezes do Éden, e dessa vez nem deu tempo do Adão comer a maçã, pra infelicidade da Eva.
Agora, eu pergunto novamente pra vocês:
- E o mais intrigante de tudo é que a cada 4 partezinhas picotadas de papel higiênico, tinha a figura de um simpático cãozinho com uma plaquinha na mão escrito PARE. Aí, você pára, picota o papel, dobra gentilmente, e usa. Com a imagem do cãozinho pra cima. QUE CÃO MERECE ESSE DESTINO CRUEL?
segunda-feira, 3 de agosto de 2009
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Só faltou a blogueira contar que foi ELA que despertou o profundo sono dos cachorrinhos com um berro...
ResponderExcluirKKKKKKKK... MORRENDO DE RIR!!! MUITO BOM !!
ResponderExcluirQue enrosco! Mas, vc sabia que fomos expulsos do Éden. quer voltar pra lá se lascou. o Cérberus ficou guardando (caraca, que mistureba de crenças e culturas...). Talvez acendendo uma vela preta pra Hades vc possa voltar lá... hehehe
ResponderExcluirDiria: que destino "cuel".
ResponderExcluirHOAHOAHOAHOHAOHAOHIA ! PUTA QUE PARIU ! morrendo de rir [2].. no trabalho rindo igual uma retardada.. q q meu chefe vai pensar qndo ver as gravações das cameras de segurança? Oo q eu amo meu traballho, claro ! ;P
ResponderExcluirmuito bom!